segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meteoros 24 h

Terra é atacada por meteoros 24 horas por dia.



Fenômeno atrai caçadores de tesouros, estudiosos e deixa autoridades em alerta

David Telles

O planeta Terra é bombardeado por meteoros 24 horas por dia, mas eles nem sempre são notados. Essas rochas são dos mais variados tamanhos. Recentemente, a queda de um meteorito no município de Varre-Sai, no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, movimentou a cidade, que tem pouco mais de oito mil habitantes. Aproveitando o fato, a prefeitura local, numa tentativa de incentivar o turismo e os negócios da região, ofereceu recompensas para quem encontrasse fragmentos do objeto.
De acordo com o astrônomo do Observatório do Valongo e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), Rundsthen Vasques de Nader, “a maior parte desses objetos não chega a tocar no solo do planeta porque normalmente são pequenos e pegam fogo ao entrar em contato com a atmosfera. Mas, mesmo entre os que caem, a maioria tem como destino o mar, simplesmente porque ¾ do planeta são formados por água”.
Segundo os comerciantes de Varre-Sai, a procura por fragmentos registrou um crescimento de 20% no movimento Das lojas e nos hotéis da cidade. “Os meteoritos têm dois tipos de valor: o científico, porque possuem um registro da formação do sistema solar (fósseis espaciais), sendo naturalmente importantes para estudos; e o de serem considerados pedras raras. Existem vários sites norte-americanos de pessoas que se intitulam ‘caçadores de meteoritos’. Certos tipos, muito raros, custam às vezes milhares de dólares, mesmo sendo um pedaço pequeno com poucos gramas”, avalia o professor da UFRJ.
Apesar deste bombardeio de milhares de fragmentos, os impactos de grandes pedaços são muito raros. “Por convenção, chamamos de asteroides os pedaços de rocha que circulam entre as órbitas de Marte e Júpiter. Na realidade, todos esses corpos podem ser chamados de meteoróides. Quando um desses objetos entra na atmosfera da Terra, recebe o nome de meteoro. Normalmente, acabam pegando fogo em razão da alta velocidade e o atrito (como se fosse um palito de fósforo sendo aceso) e se desintegram. Quando isso não acontece e este objeto atinge a superfície da Terra, recebe o nome de meteorito”, explica o astrônomo.
A Nasa, a agência espacial norte-americana, avalia a possibilidade de uma poderosa chuva de meteoros atingir o planeta no segundo semestre de 2011. Estão sendo feitos, inclusive, estudos para redirecionar a Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês).
Em 1985 e 1998, ocorreram duas chuvas de meteoros sobre o globo terrestre. Esses fenômenos não causaram problemas nos satélites que giravam em órbita da Terra. Já a ISS tem um sistema de proteção (escudo especial) contra ataques de rochas do espaço.
Autoridades aeronáuticas de vários países sempre estão em alerta, estudando o espaço sideral devido à possibilidade de um grande meteoro colidir com a Terra. “Atualmente, existe uma rede de varredura feita por vários satélites ao redor do planeta justamente para prever esses fenômenos. Mais de 300 mil rochas estão girando ao redor do Sol, numa órbita estável, entre os planetas Marte e Júpiter, no chamado ‘Cinturão de Asteroides’. Isso não impede que um mais excêntrico possa passar perto do globo terrestre”, diz o professor Rundsthen Vasques.
A maioria desses objetos é formada por ferro e silício, entre outros elementos. Eles têm várias classificações (ferrosos, rochosos, condritos, etc.). Normalmente, o meteorito recebe o nome da cidade ou localidade mais próxima de onde foi recuperado. O Brasil tem dezenas de corpos dessa natureza reconhecidos internacionalmente. O mais famoso é o de Bendengó, descoberto em 1874, no interior da Bahia, com 5,3 toneladas, atualmente em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
A ciência que estuda esses astros é chamada “meteorítica” e ultimamente tem conquistado uma grande importância, principalmente em razão dos avanços tecnológicos e da ciência. O maior conhecido é o Hoba West, encontrado na Namíbia, com quase três metros de diâmetro e um peso de cerca de 60 toneladas. O maior em exibição é o Cabo York, que está no Museu de História Natural, em Nova Iorque, e pesa 30 toneladas.

postado ArcaUniversal.com 02/08/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário

É um prazer ter seu comentário.